quarta-feira, 12 de maio de 2010

Legião Urbana - Descrevendo e expressando

"Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta meu desejo

Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades.

Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido

Sempre precisei
De um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou
Só sei do que não gosto...

E nesses dias tão estranhos
Fica a poeira
Se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo
O que é demais
Nunca é o bastante
E a primeira vez
É sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos
Os assassinos estão livres
Nós não estamos...

Você é tão moderno
Se acha tão moderno
Mas é igual a seus pais
É só questão de idade
Passando dessa fase
Tanto fez e tanto faz.

Você é tão esperto
Você está tão certo
Que você nunca vai errar
Mas a vida deixa marcas
Tenha cuidado
Se um dia você dançar.

O que há de errado comigo
Não consigo encontrar abrigo
Meu país é campo inimigo
E você finge que vê,mas não vê

Eu sei é tudo sem sentido
Quero ter alguém
Com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim...

Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada
Que eu segui
E com a minha própria lei...

Já estou cheio de me sentir vazio
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
Afinal, amar o próximo é tão demodé.

Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
A motor e insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá porque
Não vemos

O tempo todo
Estou tentando me defender
Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância
Esperando por um pouco de afeição

Sexo verbal
Não faz meu estilo
Palavras são erros
E os erros são seus...

Não quero lembrar
Que eu erro também
Um dia pretendo
Tentar descobrir
Porque é mais forte
Quem sabe mentir
Não quero lembrar
Que eu minto também...

Quem me dera
Ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Entender como um só Deus
Ao mesmo tempo é três
Esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
Sua maldade, então
Deixaram Deus tão triste.

Quero ser prudente
E sempre ser correto
Quero ser constante
E sempre tentar ser sincero

Já não sei dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu
Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
Pra algum país distante
Voltar a ser feliz

Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui

Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas
Troco os pronomes

Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.

Tenho andado distraído
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso
Só que agora é diferente
Estou tão tranqüilo
E tão contente...

Quem é o inimigo?
Quem é você?
Nos defendemos tanto tanto sem saber
Porque lutar.

Somos soldados
Pedindo esmola
E a gente não queria lutar.

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...

Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia"


Um comentário:

  1. "Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados
    Os ventos do norte não movem moinhos

    E o que me resta é só um gemido
    Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
    Meu sangue latino, minha alma cativa

    Rompi tratados, traí os ritos
    Quebrei a lança, lancei no espaço
    Um grito, um desabafo

    E o que me importa é não estar vencido
    Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
    Meu sangue latino, minha alma cativa"



    Abraços!

    Até!

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