sexta-feira, 19 de março de 2010

Uma de duas


Olá!
Eu nunca escrevi nada, nem aqui neste blog ou em qualquer outro lugar. Penso que não sou bom para escrever, o que realmente é uma tristeza pois tenho mundo para o fazer.
Tomei coragem e deixei a preguiça de lado para escrever (ao menos tentar) sobre as duas únicas paixões da minha vida até o momento.
Esta é a primeira delas, espero que consiga dizer realmente como quero e que alguém leia. Peço desculpas desde já por algumas palavras que possam ser usadas, por erros de português e tudo de errado que encontrar.


Ano de 2002.
Ano em que eu completaria 13 anos.
Primeiro dia de aula da 5ª série, um dia muito empolgante para mim, como sempre. Morava no interior de Minas Gerais, roça mesmo, lugar onde não havia hospital, supermercado, farmácia e coisas do tipo. A escola local só havia ensino até a 4ª série do 1º grau e a escola mais próxima com os demais graus ficava a uma hora de ônibus.
Assim sendo, lá foi estava eu, esperando pelo ônibus com amigos... a viajem foi tranquila, ajudou a conhecer novas pessoas, nesta época eu não tinha metade da timidez de hoje, o que ajudou nas novas amizades. Conversa vai, conversa vem: Chegamos! Com um pouco de timidez, mas com amigos do lado (o que dá muita força), ouvimos um breve discurso da diretora da escola e fomos para as salas como designados. As primeiras aulas serviram para conhecer o resto da turma e os professores das aulas... com o passar do tempo - e gostando muito das aulas - fui escolhendo os professores prediletos, como imagino que todos façam...
Uma que me chamou muita atenção foi minha professora de geografia, alta, magra, cabelos pretos cacheados e um pouco compridos; era inteligente; sabia ensinar; tinha bondade com todos... com isso ela se tornou minha predileta (junto com a de matemática que como sempre eu adoro). Eu sentava na primeira carteira, perto do professor, e sempre fui o melhor aluno da turma... com isso conversávamos muito, tínhamos coisas em comum e era muito divertido.
Alguns meses se passaram com tudo indo muito bem e sobre controle... até que dois amigos começaram a dizer que eu estava gostando da minha professora de geografia... ... ... penso que isso se deu pois eu só falava nela e meio que a idolatrava. Com eles falando isso, percebi que realmente gostava dela... e que não era do mesmo jeito que todos os outros alunos da minha turma, eu gostava de ficar perto dela, a presença dela me dava segurança e eu ficava ansioso quando a via... percebi também que meu coração batia mais rápido e forte assim que a via, e se acalmava muito quando ela chegava perto... Não fazia a menor idéia de como lidar com isso, então deixei que continuasse como se nada estivesse acontecendo... nossa relação foi ficando melhor, eu me empenhando casa vez mais para ser o melhor em geografia, estar em destaque, ter a atenção dela. Lembro-me de uma vez que a vi triste, e com isso eu quase morri... pois não conseguiria perguntar o por quê... mas também não ficava bem com aquilo, e neste mesmo dia eu fiz muita bagunça em sua aula, pois não entendia o que estava acontecendo e precisava da atenção dela... pobre de mim, fiz a coisa errada! Mas nunca soube o que tinha acontecido, e tudo foi esquecido.
Um dia, enquanto estava fora da sala, não me lembro muito bem porque, mas imagino que estava matando aula (aposto que era uma aula muito chata). Encontrei-me com ela, como era uma escola muito pequena isso não era difícil... ela estava sentada em uma mesa perto do refeitório, eu fiquei lá, conversando com ela por um tempo, foi muito bom! Mas... conversa vai, conversa vem... calamos-nos... nenhum assunto mais... até que eu, com o coração batendo muito, mas sem saber o que estava fazendo disse:
- Professora, eu gosto de você! - pensei que estivesse matando alguém, me arrependi na hora de ter feito mas teria feito de novo também... foi algo que eu não entendi.
Detalhe importante: Ela era namorada do meu professor de história, uma pessoa muito legal.
- Que bom! - ela disse.
Percebi que o "que bom" dela foi porque ela havia entendido que eu gostava dela como professora... o que não o caso.
- Mas não do jeito que você está pensando... - eu com a fala muito calma completei.
- Hummmmm - fez ela... hoje penso neste "hummmm" como sendo uma resposta do tipo: "Eu não sei o que fazer agora", mas na hora, eu só me desesperei mais ainda e quase gritei algo do tipo:
- Mas agora acabou... - acabou nada... só aumentava... mas ao dizer isso, eu saí correndo... ... ... ... ... ... ... ... Fiquei um bom tempo sem conseguir pensar em nada... literalmente nada, fiquei apenas sentando em um lugar longe dela e sozinho... tempo passado, consciência de volta, voltei para a aula seguinte e o dia se passou.
A noite eu contei a meu melhor amigo o que havia acontecido e não me lembro o que ele disse, só me lembro que rimos muito disso tudo. Éramos muito jovens e não sabíamos nada sobre o que estava acontecendo... apenas que aconteceu!
Na próxima aula dela, tudo ocorreu muito bem... como em todas as aulas dos dias seguintes... Mas percebi que eu tinha mais da atenção dela do que qualquer outro aluno da turma e até mesmo da escola, alguns comentavam isto. Eu amava! Era um sonho! E sonhando fui eu... estava extremamente feliz com a situação, pois percebi que aquilo significava que ela gostava de mim também, mesmo que não do mesmo jeito que eu dela, mas de um jeito que me agradava melhor do que qualquer outro, até mesmo porque nunca tive um pensando com "segundas intenções" ou "impuro" com ela, era tudo amor platônico.
Bom... tudo acontecendo normalmente e eu muito feliz com a situação, pois tinha a atenção de quem eu queria... nossa relação melhorou muito, ficamos mais perto, conversávamos mais... foi tudo ótimo, não consigo imaginar coisa melhor. Tenho certeza que meu professor de história nunca soube disto. Eu escrevia cartas para ela, na verdade escrevi duas em um período de meses, dizia que era ela a melhor professora, que eu gostava dela e tal... mas nada demais.
O ano se passou com tudo perfeito... no ano seguinte eu me mudei para Coronel Fabriciano, onde dificilmente eu iria vê-la novamente... fiquei um pouco triste com isto mas também fiquei muito empolgado por estar indo para a cidade e sair da roça, lugar onde nunca foi meu sonho morar.
Nos feriados prolongados eu voltava para a casa de minha avó que sempre amei, mas nunca fui a escola novamente... até uma vez que estava na casa da minha avó e iría haver uma gincana na escola que qualquer um poderia participar... e lá fui eu! Matando saudades de pessoas, assim que cheguei procurei por ela, descobri que estava em casa... fui a casa dela (sabia onde era, mas nunca havia estado lá). Estava eu e meu amigo, conversamos bastante e fomos para a escola... não me lembro sobre o que estávamos conversando ou se fui eu quem perguntou, mas ela me disse que estava noiva e que iria se casar no próximo ano... ... ... tá né! Pensei eu. O que eu poderia fazer a não ser desejar toda felicidade do mundo, se ela estava feliz, eu também estaria!
Fui embora e até então nunca mais a vi... mas tenho certeza de que ela soube muito bem até a última vez que nos vimos que eu gostava dela e sempre iria gostar! Isso me basta tanto que muitas vezes me deu forças para continuar na vida, somente com a simples lembrança dela... a minha primeira paixão... tão perfeita e verdadeira que eu nunca irei esquecer!


.Lot Satoru

4 comentários:

  1. Nossa Luciano que lindo, vc tem coração, isso pra mim é uma grande surpresa, o amor é cego ou zarolho no caso aushuahsuahs, malzis a piada, mas achei linda a história!

    ResponderExcluir
  2. Que lindo Lu, adorei, muito fofinha a história. * E vc não escreve mal.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom o texto rsrsrs

    Velho, você escreve muito bem... Devia se inspirar em mim, eu escrevo mal e posto, você que escreve bem sim, que deveria postar seus textos.

    Ah... Senti vergonha pelo seu "pequeno você", cheguei a me declarar pra alguém na mesma época, sei como é ;p

    Continua aê, vou voltar depois pra ver se têm texto novo pra ler (Não sou muito chegado a textos "famosos", espero que outros textos seu apareçam)

    Abraços

    ResponderExcluir
  4. Hey, obrigado!
    Fico feliz por você ter lido.
    Sim, sim. Pretendo escrever mais... mas é triste, pois sinto que tenho muito a dizer mas não sei como... com isso acabo nem escrevendo tanto. Pois penso que escrevo muito ruim. Mas tentarei!
    Obrigado novamente, abraços!

    ResponderExcluir